Utilizando...

Utilidade:
s.f. Qualidade de útil.
Objeto útil; emprego, uso, serventia.
Útil: adj. Que tem uso, préstimo ou serventia; que satisfaz uma necessidade. Que traz vantagem, proveito ou benefício;

Todos os textos aqui postados me foram úteis em alguma fase da vida. E têm uma utilidade atemporal, perpétua. Longe de pedir por aprovação ou pretenderem marcar o leitor em algum momento, estes textos desejam e objetivam a utilidade. Não pedem reconhecimento ou aplausos, amor ou ódio; A utilidade é livre para o pretexto, o texto que quiser. Querem, porém, seu respeito. Podem não ser de todo belos, éticos, saudáveis, proféticos. Mas pedem que, se utilizados, tenham sua autoria reconhecida, como um preço justo e nada caro. Leia, releia, use, utilize. Mas dê a eles o sobrenome, pois todos tem mãe.
Assim, faça deles o uso (ou a utilidade) que quiser.

Raquel Capucci


quarta-feira, 13 de março de 2013

Prosopoema


Hora de dar o próximo passo. Um passo à frente. E não falar mais a respeito...  Não falar. Sentir conforme a hora avança e o tempo já não cabe mais em si, em pulos dentro do peito... Ficar!

Só... somente aquela sensação insolente de não saber o momento. Aquela sensação prepotente de achar que tudo é possível... Invisível para os outros, indivisível para si mesmo.
Multiplicar sonhos... Ousando chamá-los risonhos, estranhos em formatos e tamanhos, abrindo-se em portas e janelas. E saber por quê... E saber para onde... E passar entre elas.

Ungir as próprias escolhas com a bênção da igualdade. E não deixar mais que predomine o vazio. Vadio, esse mundo onde não há mais integridade... Afastar-se do que é maligno, dos que são indignos, do passado espúrio repleto do infortúnio... Renascer, transcender... Não sou mais quem costumava ser. Por favor, não insista... Não é possível voltar atrás quando já não se olha com a mesma vista.

Medo... Agora te chamarei de arremedo. Arremedo de um sentimento sem sentido... Sendo expurgado de dentro, jorrando por lábios, olhos, ouvidos, mãos, sexo, pés e coração... São meus, e seus... Não! Portanto, não se intrometa! Meta-se com a meta na rua torta que escolheu... Lembre-se da sua memória que já se esqueceu.

Culpa... Não aceitarei mais desculpas! Apenas desapareça... Cresça no pensamento de quem a merece! Daqueles que não conseguem mais enxergar... E nem amar. Daqueles que são impuros e precisam da energia alheia para vivificar. Buracos negros roubam brilho de estrelas... Estreia absurda de quem não aprendeu a viver da própria natureza.

Não mudarei na essência por conta da estranheza. Minhas entranhas ainda clamam por algo maior... E não quero saber o que você acha melhor. Poupe-me de suas frases de efeito. Se quiser saber do que o universo é feito, comece do fim para o início, do avesso pelo inverso. Inverta o que conhece. Ouse falar do que estremece, do que arranha, do que arranca, do que é, mas não parece...

Não quero suas resoluções... Pois não são bem-resolvidas. É só o que você acha... Inflando os pulmões com o ar que é fumaça... E deveria ser som. E deveria ser luz. E deveria ser voz. E deveria ser cem... anos da passagem de um cometa... Cometendo um erro dentre milhões e milhões de acertos... Incertos.

Olho para o que foi e não me arrependo... só escolho esquecer. Aquecer o coração de outra forma. Acolho o que aprendi... Aceito o que já perdi. Busco mais... e menos. Mais de mim, menos do seu que não sou eu. Outro, enfim, de um fim de alguns segundos atrás. E não voltar...

Atrás... do que poderia ter sido, do que poderia ter dito, do que poderia ser meu... E não foi. Já se foi... Daqui... pra frente, só quem é rente ao coração... quem aceitar cantar junto a mesma canção. De resto... vibrar em fibras do infinito o que é antes do fim, em apenas uma palavra:

...SIM... 


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