Utilizando...

Utilidade:
s.f. Qualidade de útil.
Objeto útil; emprego, uso, serventia.
Útil: adj. Que tem uso, préstimo ou serventia; que satisfaz uma necessidade. Que traz vantagem, proveito ou benefício;

Todos os textos aqui postados me foram úteis em alguma fase da vida. E têm uma utilidade atemporal, perpétua. Longe de pedir por aprovação ou pretenderem marcar o leitor em algum momento, estes textos desejam e objetivam a utilidade. Não pedem reconhecimento ou aplausos, amor ou ódio; A utilidade é livre para o pretexto, o texto que quiser. Querem, porém, seu respeito. Podem não ser de todo belos, éticos, saudáveis, proféticos. Mas pedem que, se utilizados, tenham sua autoria reconhecida, como um preço justo e nada caro. Leia, releia, use, utilize. Mas dê a eles o sobrenome, pois todos tem mãe.
Assim, faça deles o uso (ou a utilidade) que quiser.

Raquel Capucci


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Poesia para a noite chuvosa



Um som cristalino perpassa meus ouvidos,
Como o tilintar de frágeis cristais...
Desavisada, afundada em meus pensamentos,
Afino meu coração com seus finos sons,
Soando em dós, não mais em dor...

Dons do cântico divino!
O tambor no peito se curva
À sinfonia clara e nada turva
De seu bálsamo benigno!
Limpando meu corpo, lavando a alma,
Minhas lágrimas salgadas se confundem
Com a doçura da sinfonia calma...

Lava, benévola chuva!
Leva contigo o que não mais serve,
Conserva em mim o lépido esplendor!
A visão em prismas do infinito
Plasmada nas cores da aliança...

Dança, ancestral bailarina!
Feliz daqueles que se entregam de peito aberto
Ao destino incerto que ensina...

Água da emoção que ferve,
Embala!
Água do pensamento que verte,
Resvala!
Água da ação que se despede,
Consagra!

Transforma em mim,
Chuva que guarda os segredos do princípio e do fim...
Transmuta o que não mais é transparente,
Clareia o que não mais é translúcido,
Acorda o que em mim permanece dormente!

Onipresente vertigem vertida do céu,
Apazígua as mágoas
E me cobre com a leveza do teu véu!
Para que minha mensagem de beleza,
Batendo em gotas cristalinas na janela acesa,
Ressoe como música em notas doces
No coração de quem em corpo não posso alcançar...

Que eu seja una com a chuva!
Água-mãe de todas as águas,
Dos mares, lagos, rios e oceanos,
Presença viva que viu todos os anos,
Lembra-me de quem sou
Quando respingar sobre minha face:
Para o que se é não há disfarce,
E não há máscara ou fantasia
Que não sucumba à verdade...

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