Um
som cristalino perpassa meus ouvidos,
Como
o tilintar de frágeis cristais...
Desavisada,
afundada em meus pensamentos,
Afino
meu coração com seus finos sons,
Soando
em dós, não mais em dor...
Dons
do cântico divino!
O
tambor no peito se curva
À
sinfonia clara e nada turva
De
seu bálsamo benigno!
Limpando
meu corpo, lavando a alma,
Minhas
lágrimas salgadas se confundem
Com
a doçura da sinfonia calma...
Lava,
benévola chuva!
Leva
contigo o que não mais serve,
Conserva em mim o lépido esplendor!
A
visão em prismas do infinito
Plasmada
nas cores da aliança...
Dança,
ancestral bailarina!
Feliz
daqueles que se entregam de peito aberto
Ao
destino incerto que ensina...
Água
da emoção que ferve,
Embala!
Água
do pensamento que verte,
Resvala!
Água
da ação que se despede,
Consagra!
Transforma
em mim,
Chuva
que guarda os segredos do princípio e do fim...
Transmuta
o que não mais é transparente,
Clareia
o que não mais é translúcido,
Acorda
o que em mim permanece dormente!
Onipresente
vertigem vertida do céu,
Apazígua as mágoas
E
me cobre com a leveza do teu véu!
Para
que minha mensagem de beleza,
Batendo
em gotas cristalinas na janela acesa,
Ressoe
como música em notas doces
No
coração de quem em corpo não posso alcançar...
Que
eu seja una com a chuva!
Água-mãe
de todas as águas,
Dos
mares, lagos, rios e oceanos,
Presença
viva que viu todos os anos,
Lembra-me
de quem sou
Quando
respingar sobre minha face:
Para
o que se é não há disfarce,
E
não há máscara ou fantasia
Que
não sucumba à verdade...
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