O Amor é uma experiência sublime...
Será? O correto, talvez, seria dizer que o Amor é uma experiência, apenas. Em verdade, mesmo que não se tenha vivido um Amor digno da grandeza de uma alma, ou da infinidade do universo, não há como alcançar o sublime sem passar incólume pela experiência do Amor. Pois, somos nós que passamos pelo Amor ou será que é ele quem nos perpassa? Como o tempo transformando o espaço, como os sentimentos e as sensações que nos atravessam a fim de manter o movimento de nossos corpos.
Nesse ponto reside a beleza e até a sutileza de enxergar o Amor como uma experiência: ela não tem fim, não pode ser mensurada, somente vivida. E, vivendo-a, a alma se transforma. Passando e sendo perpassada pela experiência, não mais amorfa, mas morfizada pelo sentimento.
O Amor nos ensina que o sublime não é suficiente. É preciso ser terreno, estar permanentemente nessa dança sagrada entre o Céu e a Terra. O Amor funciona como a força gravitacional que atrai um corpo ao outro... Ainda que através dela entendamos que algumas partes não podem – e não devem – ser coladas uma a outra. Hora ou outra existirá algo no Ser Amado que seja repelido – e aí é que está a magia do Amor. Através dele somos capazes de olhar fundo, como se admirando um buraco negro, e abstrair a luz...
O Amor nos une não pela busca do que é sublime, mas por essa necessidade certa e humana de irmanar harmoniosamente nossa parte terrena, do ventre, ao nosso sublime, que paira acima de nossas cabeças... É por isso que ao Amor é associado o coração. Pulsante, em um movimento quase eterno, ele une o que é terreno e sublime dentro de nós.
Poeticamente e sonoramente num uníssono, venho para me juntar pelo coração ao que é meu e seu, para que exista o nós. Convivendo com essas forças de atração e repulsão, numa dança viva de ida e vinda, que nós possamos estar trilhando um mesmo caminho e encontrar um lugar só nosso. Onde o Céu e a Terra se unam, e nossas forças estejam em perfeito equilíbrio.
Amo-te, sob a insígnia desse Amor acima descrito... Amor e Confiança.
Brasília, 24 de setembro de 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário