Ela resolve mesmo ir
embora, depois de mais cinco, dez minutos de espera. Sai no meio da chuva
correndo sem se dar conta de que, do outro lado da rua, ele esperava no carro. Um
estrondoso trovão fez apagarem-se as luzes de parte da cidade. Ela então percebe
a luz dos faróis de um carro agora posicionados em sua direção.
Ele para o carro ao lado
dela e a olha pelo vidro embaçado. Ele limpa o vidro com uma das mãos. Eles se
reconhecem. Ela queria. Ele queria. Dois corpos e dois corações. Vibrando com
uma resposta.
Mas... Ela segue seu
caminho. Ele desce então do carro, sentindo o vento e a chuva a impor o silêncio.
Apenas uma palavra:
- Espera!
Ele ofega de paixão.
Dentro dela algo explodia, e ela sabia que era bom. Volta-se em direção ao seu
destino. Para nunca mais voltar atrás.
A chuva ensopa os corpos,
selando as intenções naquele momento. Não mais a espera, nem o silêncio. A
chuva era a testemunha.
Corações se unem. Ela
queria. Ele queria. Já haviam decidido. Nunca se esqueceram do gosto, do calor,
do toque, do amor de poucos dias antes. De todos os dias de antes. E de todos
os dias de depois.
Beijam-se sob a chuva.
O vento soprou forte entrelaçando
ainda mais as emoções. Os deuses reconheciam sua criação...
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