Utilizando...

Utilidade:
s.f. Qualidade de útil.
Objeto útil; emprego, uso, serventia.
Útil: adj. Que tem uso, préstimo ou serventia; que satisfaz uma necessidade. Que traz vantagem, proveito ou benefício;

Todos os textos aqui postados me foram úteis em alguma fase da vida. E têm uma utilidade atemporal, perpétua. Longe de pedir por aprovação ou pretenderem marcar o leitor em algum momento, estes textos desejam e objetivam a utilidade. Não pedem reconhecimento ou aplausos, amor ou ódio; A utilidade é livre para o pretexto, o texto que quiser. Querem, porém, seu respeito. Podem não ser de todo belos, éticos, saudáveis, proféticos. Mas pedem que, se utilizados, tenham sua autoria reconhecida, como um preço justo e nada caro. Leia, releia, use, utilize. Mas dê a eles o sobrenome, pois todos tem mãe.
Assim, faça deles o uso (ou a utilidade) que quiser.

Raquel Capucci


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Perguntas que não deveriam ser feitas


Por que não deveriam ser feitas? Perguntam-se, neste momento, as leitoras e leitores desavisados. Parem de se perguntar, pois aqui não falaremos de respostas. O fato é, somente, que alguns se perguntam sem saber ao certo se querem ouvir uma resposta, ou se realmente estão preparados para ela, seja qual for. Exatamente por esse motivo, várias perguntas desnecessárias são feitas todos os dias. Prolixidade lançada ao ar sob a atmosfera de descuido. São perguntas demais, enviadas ao receptor sem a observação devida, que por vezes pairam órfãs no limbo das perguntas sem resposta. Portanto, parem já, ainda que isso gere ainda mais perguntas não respondidas neste minuto.

Por que não observar bastante e aprender a ouvir o inaudível, antes de lançar mais som sem significado no espaço? Perguntas retóricas, por exemplo, são um monólogo que deveria continuar interno. Quebra gelo? Não. Quebra silêncio, quebra raciocínio, quebra até a cabeça da conversa e dos conversadores.

Quais são as perguntas que não deveriam ser feitas? Eis uma pergunta difícil, mas pertinente. Ao ouvir de uma pessoa que se separou recentemente depois de anos de casamento, qual a primeira reação? – Nossa, mas por quê?! Eis uma pergunta que não deveria ser feita. As pessoas geralmente sabem (ou deveriam saber) quais os motivos para sair de um relacionamento, e na maioria das vezes são motivos que não deveriam ser explicados ou exemplificados a qualquer pessoa, principalmente uma que não se vê há muito tempo e que não é lá tão íntima assim. Não, não se deve fazer tal pergunta. Número um em prioridade da etiqueta das perguntas que não deveriam ser feitas. Lembrem-se sempre: As pessoas sabem os próprios motivos, e na maioria das vezes não pretendem falar sobre eles com mais alguém. Mas, uma ressalva: Ao ouvir a notícia, ao invés de perguntar, espere: se em trinta segundos a pessoa iniciar um discurso extenso sobre isso, escute. Em seguida, pergunte, sabendo que nesse caso a abertura foi dada. Assim, serão perguntas pautadas em solidariedade e companheirismo, não numa curiosidade egocêntrica de saber uma fofoca.

Mas não perguntar numa situação como essa é algo meio óbvio, não? Não. Se fosse óbvio, não teríamos tantas perguntas do tipo “Nossa, mas por quê?!” sendo ditas por aí.

É só isso? Na verdade, não. Existem várias outras perguntas que não deveriam ser feitas. Perguntar a alguém após saber da morte recente de uma pessoa querida, por exemplo. – Sério? Lógico que é sério, do contrário essa pessoa lhe diria que alguém que ela amava faleceu? – Mas o que foi que aconteceu? A não ser que essa pessoa confie muito em você e não sinta vergonha em chorar na sua frente, não pergunte isso. Responder sobre a morte de alguém é doloroso durante anos a fio, quanto mais num acontecido recente. Mais uma vez: espere, ouça, pergunte. Se continuar o silêncio: dê um abraço apertado e vá embora. Com certeza essa pessoa já entendeu o recado depois disso.

Está ficando meio repetitivo, você não acha? É, talvez. Entretanto, mais repetitiva é nossa mania de perguntar o tempo todo. – Por que você ainda não conseguiu engravidar? Outra pergunta indecorosa. Ou melhor, impiedosa. Se a pessoa está tentando ter um filho (passando da morte para a vida) sem sucesso, concorda que se ela mesma já soubesse os motivos de não engravidar a conversa seria totalmente outra? Ela com certeza já teria tido sucesso ao tentar engravidar, e teria te contado outra notícia. E sua pergunta, no caso, seria: Pra quando é? Essa é a pergunta gostosa de responder para quem sempre quis ser mãe.

- Você me ama? Certo, chegamos a um dilema. Um grande dilema, eu diria. Quando um silêncio prolongado pode ser fatal. Nesse caso, espere por uma resposta sincera que será dita em poucos milésimos de segundo, ou uma mentira que deixará qualquer um na ilusão da felicidade por algum tempo. Algum tempo... Do contrário, se o silêncio se prolongar por muito tempo, essa pessoa pode estar com problemas auditivos (pode acontecer... Por que não?)... Mas se o silêncio for seguido da pergunta que também não deveria ser feita: - Por que você está me perguntando isso? Talvez seja melhor ficar em silêncio e ir embora. Mas, dessa vez, sem o abraço.

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