Utilizando...

Utilidade:
s.f. Qualidade de útil.
Objeto útil; emprego, uso, serventia.
Útil: adj. Que tem uso, préstimo ou serventia; que satisfaz uma necessidade. Que traz vantagem, proveito ou benefício;

Todos os textos aqui postados me foram úteis em alguma fase da vida. E têm uma utilidade atemporal, perpétua. Longe de pedir por aprovação ou pretenderem marcar o leitor em algum momento, estes textos desejam e objetivam a utilidade. Não pedem reconhecimento ou aplausos, amor ou ódio; A utilidade é livre para o pretexto, o texto que quiser. Querem, porém, seu respeito. Podem não ser de todo belos, éticos, saudáveis, proféticos. Mas pedem que, se utilizados, tenham sua autoria reconhecida, como um preço justo e nada caro. Leia, releia, use, utilize. Mas dê a eles o sobrenome, pois todos tem mãe.
Assim, faça deles o uso (ou a utilidade) que quiser.

Raquel Capucci


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ode à madrugada

O que há na madrugada
que inspira os pensamentos?
Será a proximidade do sonho,
a distância da alvorada
ou os pontos luminosos do firmamento?
Antes da Lua Cheia estar a pino,
o vento sopra feito menino,
brinca com as folhas, pimpolhas,
atiça os cabelos e os desejos carnais
dos casais em alvoroço.
De madrugada é imponente e maduro,
forte combatente das árvores sonolentas,
preguiçosas em seu oxigênio,
gerando o gênio da própria insolência...
De madrugada o vento é barão,
sopra robusto e seguro
como que vindo com pretensões europeias,
falando-me das doces epopeias dos heróis...
O que há na madrugada
que me tira dos meus lençóis
e me atira nos braços do devaneio,
me traz por teus abraços o anseio
e me faz abrir a poesia?
Quando do raiar do dia,
com sua incessante correria,
os pensamentos me fogem
como lépidas borboletas,
dançando feito bailarinas espoletas,
e somem, e a inspiração consomem...
Mas ainda sei que ela,
a doce dama dos mortais,
a grande deusa dos portais,
retornará soberana sucedendo a noite,
Anciã, Mãe e Donzela,
livrando-me do corte do açoite,
que ao nascer do Sol dilacera os sonhos...
Na madrugada voo para onde quiser,
mudo de direção se me aprouver.
Busco a ti, chego a mim,
chegando sempre ao doce sim sem fim...
O que há na madrugada
que inspira os sentimentos?


Brasília, 09 de novembro de 2011. (3:38h – 3:59h)

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