Uma, duas vezes ouvi falar:
Para se poder alcançar
O inalcançável
Basta estender a mão
Além do que imaginar...
Tocar com o coração,
Escutar com o inconsciente,
Não inconsistente!
Mas fremente, eminente...
Como se a cada centímetro alcançado
Quadrado pudesse formar...
Nas pontas da glória
Arredondo minha história,
Na esfera de minha intenção...
Quero a canção
Não a equação correta!
Quero o poema
Não o teorema fechado!
Quero a poesia
Não a geometria dimensionada!
Quero poder somar o incorreto,
Lidar com hipóteses abertas,
Brincar com as formas adimensionais!
Passar de uma dimensão a outra,
De uma suposição a outra,
Pular os números redondos!
E arredondar o infinito...
Traçar linhas, calcular logaritmos abstratos,
Lograr ritmos imediatos,
Escrever entrelinhas!
Nas estrelas do céu...
Passar da mão ao papel,
Do coração ao mel,
De um buraco negro à luz!
E retornar, reluzindo,
Para dentro de meu peito...
Certa de que minha luz
Perdurará além dos meus membros,
Dos números que me mensuram,
Das opiniões que me censuram,
Para além do que me lembro...
Ao futuro infinito dentro de mim fazer jus...
Brasília, 14 de julho de 2005.
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