Utilizando...

Utilidade:
s.f. Qualidade de útil.
Objeto útil; emprego, uso, serventia.
Útil: adj. Que tem uso, préstimo ou serventia; que satisfaz uma necessidade. Que traz vantagem, proveito ou benefício;

Todos os textos aqui postados me foram úteis em alguma fase da vida. E têm uma utilidade atemporal, perpétua. Longe de pedir por aprovação ou pretenderem marcar o leitor em algum momento, estes textos desejam e objetivam a utilidade. Não pedem reconhecimento ou aplausos, amor ou ódio; A utilidade é livre para o pretexto, o texto que quiser. Querem, porém, seu respeito. Podem não ser de todo belos, éticos, saudáveis, proféticos. Mas pedem que, se utilizados, tenham sua autoria reconhecida, como um preço justo e nada caro. Leia, releia, use, utilize. Mas dê a eles o sobrenome, pois todos tem mãe.
Assim, faça deles o uso (ou a utilidade) que quiser.

Raquel Capucci


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Esfinge

O que pode ser o poema
Senão a indelével súplica
para rasgar-se em (ar)dor
ante a margem estúpida do pensamento?

Aberta em trovas e trovões,
em sótãos e porões
- nesse tormento -
caminho segura, fértil,
efígie do que não se pode conhecer...

Esfinge serena,
Devora-me como o passar das horas,
Sacra e santa.
Falha e profana
Como o sacro ofício de escrever...

Quero ouvir e quero ver,
ser mais do que só uma!
Abrir-me para o que espero,
Sem importar se transbordo ou desespero...
É o que quero!

Nem dez mil pausas entre palavras
Hão de me negar...

Pois pautar-se não é se destruir,
Restringir-se a uma só pessoa?
Eu quero um só,
Uma só,
Mas quero dois...

Sem deixar pra depois...

Indomável e demente sem mentir,
Ser a primeira e ser a última
Entre o gozo e a tormenta...
Ah!
Alimenta, desvela, desnuda...
Mas suporta, acalenta e navega...

Segue teu norte!

Tua presa,
Tua pressa,
Teu avesso...

Recomeço...
Esqueço...

Esquece...

É só a(r)dor indelével
Rasgando a súplica
- Estúpida -
à margem do pensamento...

Poema.