Utilizando...

Utilidade:
s.f. Qualidade de útil.
Objeto útil; emprego, uso, serventia.
Útil: adj. Que tem uso, préstimo ou serventia; que satisfaz uma necessidade. Que traz vantagem, proveito ou benefício;

Todos os textos aqui postados me foram úteis em alguma fase da vida. E têm uma utilidade atemporal, perpétua. Longe de pedir por aprovação ou pretenderem marcar o leitor em algum momento, estes textos desejam e objetivam a utilidade. Não pedem reconhecimento ou aplausos, amor ou ódio; A utilidade é livre para o pretexto, o texto que quiser. Querem, porém, seu respeito. Podem não ser de todo belos, éticos, saudáveis, proféticos. Mas pedem que, se utilizados, tenham sua autoria reconhecida, como um preço justo e nada caro. Leia, releia, use, utilize. Mas dê a eles o sobrenome, pois todos tem mãe.
Assim, faça deles o uso (ou a utilidade) que quiser.

Raquel Capucci


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Fim

(Como me sentia em época de carnaval há 5 anos. Sentimentos de um fim...)


Foi covardia
Foi capricho
Até mesmo imaturidade,
Foi mesmo falta de coragem...
Não falta de coração,
De ousadia,
De viço,
De verdade...
Existia dentro de mim
Aquela chama...
Clamando por um nome,
Uma definição que nunca veio...
Foi por fim,
Por meio,
Por princípio!
Que princípio,
Se de início já não se sabia?
Se já lá dentro doía
Essa dor que eu não sentia?
Esse amor que não valia?
Essa lágrima tão tardia?
Tudo consumado,
Consumido,
Saturado,
Suturado...
Alquebrado
E Roto!
O Amor...
Vivido,
Mas caído,
Virado...
Em quê?
Em choro?
Em dor?
Em rubor?
Em pudor?
Em nada,
Nada, por fim?!
Fim...
Sim, o fim...
Esse sim,
Chora,
Dói,
Ruboriza,
Pulveriza
A tristeza...
Destrói a beleza,
A certeza
E a riqueza
De um princípio
Que já não mais
Está lá para ser visto...

Brasília, 27 de fevereiro de 2007.

Luz

Uma, duas vezes ouvi falar:
Para se poder alcançar
O inalcançável
Basta estender a mão
Além do que imaginar...
Tocar com o coração,
Escutar com o inconsciente,
Não inconsistente!
Mas fremente, eminente...
Como se a cada centímetro alcançado
Quadrado pudesse formar...
Nas pontas da glória
Arredondo minha história,
Na esfera de minha intenção...
Quero a canção
Não a equação correta!
Quero o poema
Não o teorema fechado!
Quero a poesia
Não a geometria dimensionada!
Quero poder somar o incorreto,
Lidar com hipóteses abertas,
Brincar com as formas adimensionais!
Passar de uma dimensão a outra,
De uma suposição a outra,
Pular os números redondos!
E arredondar o infinito...
Traçar linhas, calcular logaritmos abstratos,
Lograr ritmos imediatos,
Escrever entrelinhas!
Nas estrelas do céu...
Passar da mão ao papel,
Do coração ao mel,
De um buraco negro à luz!
E retornar, reluzindo,
Para dentro de meu peito...
Certa de que minha luz
Perdurará além dos meus membros,
Dos números que me mensuram,
Das opiniões que me censuram,
Para além do que me lembro...
Ao futuro infinito dentro de mim fazer jus...


Brasília, 14 de julho de 2005.